28 de fev. de 2014

ode ao poser!

ode ao poser!, em seus cavalos alados e smartphones caros, suas contas bancárias recheadas e mil seguidores no instagram!
ode ao poser!, com suas camisetas do ramones compradas na renner, com seus ingressos para o lollapalooza, para que assim também possa eu!
ode ao poser!, que por acaso começou a curtir minha banda, e não canta nem dez músicas inteiras, mas é a razão para que eu vá ao show!
ode ao poser!, que nunca assistiu à série toda, a mesma que eu comprei por 30 reais na submarino!
ode ao poser!, que nunca ouviu falar de pottermore, que não repete "always" para todo mundo, que nunca insultou meu crepúsculo, e nunca me mandou ler tolkien!
ode ao poser!, que chorou ao culpar as estrelas, e não chamou ninguém de inculto, mesmo depois de ver que o choro era mainstream!
ode ao poser!, que não é de distrito algum, que não sabe o que é peeniss, mas vai ver o hutcherson ao vivo e a cores no fim do ano, assim como eu!
ode ao poser!, que não sabe as vantagens de ser invisível, mas chorou ao ver o filme na poltrona ao meu lado!
ode ao poser!, que pinta o cabelo de colorido só para tentar ser a hayley williams, e depois posta vídeos sobre anilina no youtube, aos quais assisti semana passada!
ode ao poser!, que comprou o mesmo cd dos beatles que comprei por dez reais na saraiva!
ode ao poser!, que com treze anos paga de bissexual só para seguir a moda, mesmo que faça com que os olhos da sociedade não se arregalem ao me ver com a minha namorada!
ode ao poser!, ode a todos os seus gostos duvidosos, que só poderiam ser gostados por mim, e mais ninguém!
ode ao poser!, meu caro, ode ao poser!
e repúdio a mim.

26 de fev. de 2014

por que o amor tem que doer?

Encontrei no Facebook (página Tempo de Pipa). Tão linda que chorei.


O Facebook pode ser um poço de Coisas Ruins, com C's e R's maiúsculos, mas é justo dizer que existem páginas lindas que passam mensagens mais lindas ainda (nota! escrever sobre "feministas de facebook" algum dia!). Por isso, passeava pelo feedback quando encontrei essa mensagem:

Em uma sociedade que romantiza o sofrimento, é natural que as pessoas sejam maltratadas psicologicamente nas relações e ainda acreditem que estão vivendo intensamente seus sentimentos. Nessas condições, o cuidado consigo e com x outrx todos os dias é revolucionário.
- Cely Montseny 
É. 
Me lembrei instantaneamente da conversa que tive com uma das minhas colegas, pouquíssimos dias atrás. Ela, muito mais mulher e independente do que eu, tinha perdido o celular por causa de uma briga que teve com o namorado. A culpa era do ciúme, é claro, por parte dele. Perguntei se foi primeira vez que brigaram; não era. Houveram muitas outras. Não eram briguinhas, uma vez que ambos tinham gênio forte, e ela sofria muito por causa disso (como poderia não sofrer?). O garoto "não a valorizava", embora ela colocasse a culpa nas "outras". Perguntei, então:
— Por que você não larga, então? Sério, até eu posso ver que esse cara é só um encosto pra sua vida.
E ela:
— Porque quando a gente ama, é assim mesmo, a gente sofre.
— Mas não sofre por causa da outra pessoa! — eu estava impassível. — Tipo, o amor não tem que doer, sabe?
— Mas dói. 
Falem o que quiserem de mim, mas eu sou uma escolhedora de batalhas. E, mesmo tendo comprado aquela para mim, tentando mostrar em palavras que, meu Deus, ela merecia alguém melhor, não consegui absolutamente nada. Recebi um frustrante "é, tenho que terminar, mesmo", quando estava perfeitamente implícito que ela não o faria. E olhei ao meu redor, para os casos de amor que eu estava vivenciando, para todos os "briguei com x namoradx de novo", para as minhas colegas que postavam textos sobre ilusão no Tumblr, para os meus parentes que continuavam tomando as decisões erradas ao escolher seus parceiros. Olhei para mim mesma pouco tempo atrás, que escrevia e acreditava veementemente que o amor, o amor verdadeiro, carrega sofrimento como parte do pacote.
E isso simplesmente não é verdade!
Não é verdade quando você passa anos sendo traídx, mas perdoa mesmo assim. Não é verdade quando há indiferença, não é verdade quando não há sinceridade, não é verdade quando não há cumplicidade. Não é verdade quando as brigas são constantes. Não é verdade quando você não deixa seu marido pelo medo de ficar sozinha. Não é verdade quando ele fica violento e te dá um tapa "sem querer". Não é verdade quando há sofrimento, o sofrimento real, latejante e vivencial, o sofrimento que diferencia completamente do sofrimento dos mocinhos da novela e dos romances do Nicholas Sparks. Não vale a pena sofrer por amor, porque se há sofrimento, não há amor. Você só sofre pelo sofrimento.
Não acredite na ficção, na trama em que os mocinhos passam a vida inteira machucando uns aos outros para ficarem juntos no final. Não pense que o sofrimento do rapaz adolescente que perdeu sua namorada para o câncer é a coisa mais linda do mundo. Não imagine que aquele idiota máximo, quaterback e pegador do colégio, vai se tornar a pessoa mais doce da vida pela mocinha. Não acreditem porque isso não é amor. Isso é ficção. Isso é mídia. Isso é romantização
O amor não tem que doer. 

20 de fev. de 2014

...and make it easy

| Fonte: Tumblr |

 — Luísa! Sai desse banheiro! Agora! — minha mãe gritou enquanto batia com os punhos na porta do banheiro. Me olhei no espelho mais uma vez, constatando que a minha cara estava mais assustada do que nunca. Ótimo. Bom pra caralho, mesmo. — Vamos!

Abri a porta e ela estava me encarando com aquela linha de expressão que faz quando quer ficar puta comigo, mas não está realmente. Em circunstâncias normais, eu simplesmente me abaixaria e a abraçaria, pedindo desculpa, como se tudo fosse uma grande brincadeira. Ela não era páreo pra mim quando eu me fingia de criança. Era meio que uma coisa nossa.

Mas hoje não.

— Ô mãe — mexi no meu cabelo molhado, meio sem graça —, eu... eu tenho uma coisa pra te contar.

Então a linha de expressão dela se acentuou, como aquela que ela faz quando está preocupada. E meio assustada também. Ela não falou nada, o que eu interpretei como a minha deixa para continuar.

Tá, mas como continuar? Como dizer uma merda dessas? Como tu começa uma conversa que tu sabe que não vai agradar, que vai fazer um clima ruim, que vai arruinar tua vida dentro da tua própria casa?

É um inferno, sério. É um inferno ser diferente quando sua mãe só tem você.

— É que... sabe a Carolina? — pergunta idiota, puta merda, é claro, claro que ela sabia quem era a Carolina. Minha melhor amiga há dois anos. Quantas vezes não dormiu, jantou, passou a tarde aqui? Quantas vezes eu não fui a casa dela? Eu havia planejado sua festa de aniversário nesse apartamento. Não foi a minha mãe que me ajudou a assar o bolo?

— Claro que eu sei, Luísa, o que tem ela?

— É que... — eu não conseguia mais olhar nos olhos da minha mãe. Eu olhava só para os meus pés meio molhados, e a bile estava na minha garganta, e de repente eu tive vontade de chorar. — É que a gente... a gente... — a frase foi enfraquecendo até morrer. Eu não estava olhando, mas sabia que a minha mãe estava com aquela expressão aturdida. Como se tudo o que ela mais temia estivesse prestes a ser dito. — A gente tá... meio que namorando, mãe.

Eu já estava quase chorando e me detestava por isso, porque prometi pra Lina. Prometi que eu falaria com a minha mãe e que seria forte. Eu prometi que diria pra todos que eu era gay. Prometi que eu seguraria sua mão na rua. Eu prometi que ia mudar por ela, mas era tão difícil, porque eu não sou normal e porque todo mundo sempre disse que isso que nós temos é tão errado. Homens ficam com mulheres. Mulheres com homens. Antes de morrer, meu pai costumava me levar à Igreja. Ele nunca deixou meu primo gay entrar na nossa casa. Ele falava tão mal do Patrick. Dizia que, se o Patrick fosse filho dele, levava uma surra tão forte que o faria virar homem de novo.

A Lina me falou que era normal, que eu estava condicionada a uma prisão que a sociedade impõe às pessoas, incluindo o meu pai. E eu queria muito sair dessa prisão. Mas droga, droga, como era difícil.

Por isso eu esperei que minha mãe me batesse. Esperei que ela me desse um tapa tão forte que ardesse, ficasse vermelho, que fizesse eu morder minha bochecha. Esperei que ela começasse a chorar. E que me dessa uma surra tão forte que me faria virar mulher de novo.

— Você... — ela finalmente disse alguma coisa e eu olhei para ela, chorando, já. — Você tá... tá brincando, né, Lu? Isso não é sério, né? É uma daquelas suas piadinhas idiotas?

Solucei. Frágil, machucada, errada. Quis que ela me abraçasse e dissesse que estava tudo bem e que eu era normal. Que apoiava. Sei lá. Sonhei, uma vez, que seria isso que ela faria quando eu lhe contasse. E aí a Lina podia vir aqui em casa como mais que “uma das amiguinhas da Luísa”.

Não consegui dizer que não. Só balancei a cabeça e retirei as lágrimas da minha bochecha com os dedos, envergonhada de mim mesma. Eu sei que a Lina fica chateada quando eu me envergonho por gostar dela. Eu juro que tenho tentado, juro por Deus, que ela é a melhor coisa que já me aconteceu. É por medo de perdê-la que eu estou fazendo isso. Porque eu não queria fazer. Não queria mesmo.

— Des-desculpa, mãe — balbuciei, que nem uma idiota. A Lina com certeza não gostaria de me ver dizendo isso. Mas minha mãe vinha batalhando para me criar sozinha há oito anos e, agora, eu nem poderia ser a filha que ela gostaria que eu fosse.

Minha mãe não me bateu. Nem gritou, nem chorou.

Ela me olhou com o rosto pálido e passou por mim, entrando no banheiro. Fechou a porta. Eu chorei. Falei, “mãe, conversa comigo, por favor!”, e ela me disse para sair. Insisti, porque queria que ela fizesse alguma coisa, qualquer coisa, para que eu me sentisse menos horrível.

Ela, praticamente sussurrando, sibilou: “Luísa. Sai.”, e então eu fui para o meu quarto, me sentindo pior do que pensei que poderia. Me joguei na cama, chorando, e peguei meu celular. Procurei o número da Lina. Digitei uma mensagem:



contei td pra ela. do nada, dps que sai do banho. ela nao ta feliz. nem falou cmg. to me sentindo pessima.



Lina me respondeu menos de dois minutos depois.



Obrigada por ter feito isso. Eu sei o quanto é difícil.

Eu te amo.  ♥



Se já estava chorando, aquilo só me serviu para soltar mais um soluço. Olhei para a tela do celular sem acreditar no que eu estava lendo. Era a primeiríssima vez que ela me dizia aquilo desde o dia em que ficamos juntas pela primeira vez. Meus dedos estavam tremendo. E eu me senti feliz, e duplamente triste por me sentir feliz.


eu tbm te amo. mt.



Porque era verdade. Eu a amava tanto que estava lutando por ela, como uma mulher tem de fazer. E o fato de eu não gostar de homens não me tornava menos mulher.



***


O dia seguinte prometia ser tão ruim quanto o anterior, se não mais. Antes de ir para faculdade, fiz café, limpei a cozinha e esperei minha mãe acordar. Meu rosto ainda estava inchado, mas eu queria falar com ela sem chorar. Queria explicar que eu estar namorando a Carolina não era uma coisa ruim. Queria dizer pra ela que a gente se amava e que ela me fazia feliz, por mais que isso fosse errado, e que o amor era superior aos meus preconceitos. E aos dela, e aos do resto do mundo.

Merda, eu queria tanto acreditar nisso que já tinha preparado um discurso.

Então eu enchi uma xícara de café e me sentei à mesa. Passei margarina num pão. Comi devagarinho, sozinha, com os olhos vidrados na porta fechada da minha mãe.

Já estava atrasada para a faculdade quando peguei minha mochila e encarei a porta por uma última vez. Suspirei, combatendo tudo o que havia no meu corpo e fui em direção ao quarto. Abri a porta devagarinho, e minha mãe estava deitada, de costas para mim, fungando tão baixo que eu só fui capaz de ouvir porque vi seus ombros se mexendo.

E aquilo acabou comigo. Acabou de verdade.

— Eu sei que não sou a filha que você queria que eu fosse, mãe — falei, vacilante. — E desculpa, desculpa mesmo. Eu queria ser, porque eu te amo, e você é a mulher mais forte que eu conheço e eu te admiro demais. Mas... desculpa, mãe, eu amo a Carolina, e eu vou ficar com ela mesmo que você pare de falar comigo. Eu... eu... não foi uma escolha, mãe. É porque eu a amo, mesmo. Por favor. Por favor pensa sobre o assunto. Eu não sou diferente de ninguém. Eu só me apaixonei pela minha melhor amiga.

Ela não me respondeu. Só continuou fungando, e fungando, e eu estava tentando acreditar nas minhas próprias palavras quando passei a olhar para os meus pés novamente.

— Eu fiz café — disse. — Tô indo pra faculdade. Tô atrasada. Eu... — fiz uma pausa, tentando pensar no que dizer. — Tchau, mãe. Eu volto à noite. Eu te amo. É. Tchau.

Segurei meu choro durante todo o caminho da minha casa até o metrô, e do metrô até a universidade. Não consegui prestar atenção em nenhuma das aulas. O que animou meu humor um pouquinho foi encontrar a Carolina depois do colégio e almoçar na casa dela.

Enquanto comíamos, contei detalhadamente sobre a revelação que fiz à minha mãe, ontem. Quando terminei, ela suspirou:

— Você sabe... que isso não é errado, não é? — ela estava meio exasperada. — Luísa, se existe um Deus mesmo, você não acha que ele iria querer que nós fôssemos felizes?

Encolhi os ombros.

— Diz isso pra Bíblia.

— Um livro de milhares de anos. Na moral? — ela suspirou. — Eu te amo. Droga, você sabe disso.

— Eu te amo também.

— Mas você tem que acreditar que o que nós estamos fazendo não é errado — ela estava me encarando com aqueles olhos escuros, as pupilas dilatadas, a expressão sempre meio desesperada. — Você precisa acreditar nisso pra fazer a sua mãe e o resto do mundo acreditar, sabe? Você me faz tão feliz. Mais feliz do que qualquer homem no mundo poderia fazer.

— Você também — eu disse, bobamente. Detestava repetir o que ela dizia, mas era o que eu estava sentindo.

Ela chegou sua cadeira para mais perto de mim e segurou meu rosto, calmamente, me olhando de pertinho. Senti a vertigem que a proximidade dela sempre me causava. Só estava tocando meu rosto, e eu sentia tão mais do que jamais sentira com qualquer um dos meus ex-namorados.

Ela era tão mais valiosa.

— Eu quero ficar com você, Lu — ela sussurrou, baixinho. Eu quase sentia o choro vir de novo, e segurei sua cintura, apertando forte. — Eu quero ter você inteiramente pra mim. Eu quero te beijar e ter certeza que você quer também, sabe? Eu quero que você me abrace em público independente da plateia. Eu quero que você fique comigo, Lu. Eu sempre quis que você ficasse comigo.

Eu abracei a cintura da minha namorada, afundando meu rosto no pescoço dela. Eu sentia vontade de chorar, mas não o fiz. Me segurei o máximo que pude e a abracei, sentindo-a tão pertinho. Eu era tão sortuda porque ela me amava tanto, sabe? Eu queria ser o que ela queria que eu fosse, porque eu também a queria assim. Eu queria não ter neuras e não ter essa ideia de que tudo é errado. Eu queria simplesmente me perder nela.

Então, eu a beijei.

Eu tentei esquecer tudo o que era errado e simplesmente a beijei.

E quando ela segurou minha nuca, eu a beijei mais.

Quando ela passou a mão por dentro da minha blusa, eu deixei.

E quando ela sugeriu que fôssemos para o quarto dela, eu fui.

Fui porque eu a amava. Fui porque eu também a queria. Fui porque o amor não deve ser nenhum problema, principalmente em um mundo onde há tanto sentimento ruim. Fui porque a Lina tinha razão sobre a sociedade homofóbica de merda em que a gente vivia, e a única forma que eu encontrava de combater ao preconceito do mundo e ao meu próprio preconceito, é cedendo ao amor. E às minhas vontades corporais desiguais. Ou muito iguais, dependendo do ponto de vista. Porque quando me entreguei à minha namorada, nunca me senti tão feliz, em paz. Nunca me senti tão normal.


Para a minha mãe, talvez eu nunca fosse normal. Mas eu a amava. E um dia eu mostraria para ela que o amor não é um problema. Eu amo a Carolina, e ela me ama. Nós estávamos bem. E, por cima de todas as dificuldades pelas quais passaríamos, nós daríamos um jeito de facilitar.


Espero que minha mãe nos aceite, algum dia, e facilite para nós também.







19 de fev. de 2014

até casar...

Eu tenho certeza que todo mundo tem histórias de infância, sejam boas ou ruins, e uma vez que eu não sou diferente da maioria, essa que se segue é só uma das minhas. É provável que eu venha a contar várias delas aqui.
Mesmo que eu nunca tenha sido uma criança sapeca (meu medo de altura não me deixava fazer muitas coisas de criança), sempre fui excessivamente desastrada. E chorona. Somando dois mais dois, não é difícil adivinhar que ao menos uma vez ao dia eu dava um jeito de estourar um joelho, ralar uma perna, cortar um lábio, fazer um hematoma nas canelas. E, aí, eu chorava. E chorava mesmo, de boca aberta, lágrimas inundando o roso, catarro saía do nariz, eu soluçando.
Vovó, que de vez em quando me encontrava em uma dessas situações, tinha um jeito bastante peculiar de me confortar:
 Até casar, sara!  dizia ela, sorridente.
É claro que ia sarar!, eu pensava. Eu ainda era uma criança! Evidentemente, meu joelho sararia muito antes de eu me casar com alguém. E aquilo me parecia tão óbvio na época que eu me perguntava se ela não estava fazendo uma chacota com o meu nome. Ou, sei lá, me encorajando com uma frase cheia de desencorajamento.
De qualquer jeito, a impressão que ficou, depois de anos e lágrimas, foi: se doesse, eu não precisaria me preocupar. Até que eu me casasse, sararia, porque nada dura para sempre. Porque todas as dores dessa vida, seja um joelho ralado ou um coração partido, um dia, saram. Um dia, vão embora.
E foi aí que eu me casei comigo mesma. Com todos os meus defeitos, e minhas imperfeições. Com as minhas virtudes, os meus machucados, o meu medo de altura, a minha mania de observação. Me casei com o meu corpo e tudo o que há de errado nele. Me casei com as minhas unhas desbotadas, meus olhos castanhos sem graça e que nem enxergam tão bem assim. Me casei com meu coração... e com meus outros orgãos também. Me casei comigo.
E quer saber?
Tá sarando.